Os dados revelam que Obama vem perdendo cada vez mais apoio entre sua base democrata e que seus esforços recentes não foram suficientes para atrair a aprovação dos eleitores independentes, que não se declaram abertamente democratas ou republicanos.
O estudo também questionou sobre o desempenho do Congresso, que também é visto de forma pessimista pela população.
Para 80% dos americanos os parlamentares não desempenham bem seu trabalho, e somente 12% aprovam as medidas dos congressistas.
Quanto à avaliação do presidente em geral, 43% aprovam e 50% desaprovam, e quanto à sua política econômica, 57% desaprovam e 34% aprovam.
Já numa avaliação geral, quanto ao rumo do país, 72% consideram que os EUA vão na direção errada e apenas 23% dizem ver a nação num caminho positivo, no pior resultado deste tipo de análise desde a posse de Obama.
POBREZAOs resultados do estudo chegam três dias após o governo ter divulgado um aumento recorde do número de americanos vivendo abaixo da linha de pobreza. A taxa alcançou a cifra recorde de 46,2 milhões em 2010, num momento em que a economia dos Estados Unidos tentava sair da recessão.
O montante é equivalente à população da Espanha, que tem aproximadamente 46 milhões de habitantes.
Embora os dados sejam impactantes --sobretudo para a maior potência do planeta e especialmente num momento pré-eleitoral e de recuperação ainda muito lenta da crise-- se comparada à realidade brasileira a taxa que define quem é pobre nos EUA é muito generosa.
Segundo o governo americano, em 2010 uma família foi considerada pobre quando os rendimentos da residência totalizavam menos do que US$ 22.113 anuais (R$ 37.952 anuais). Dividindo o valor por 13 (considerando os doze salários mensais mais um décimo terceiro, nos padrões empregatícios do Brasil), os rendimentos mensais da família americana (com quatro pessoas) pobre ficam em US$ 1.701 (R$ 2.920), o equivalente a cerca de R$ 770 mensais per capita.
Para se ter uma ideia, a linha de pobreza utilizada pelo governo brasileiro é de cerca de R$ 140 mensais per capita. Dados do IBGE divulgados em maio revelam que, em 2010, uma em cada sete famílias brasileiras vivia com renda abaixo de R$ 130, equivalente a 25% do salário mínimo da época (R$ 510).
O Bolsa Família entende como pobres no Brasil quem tem renda per capita menor que R$ 140. Em 2010, o programa oferecia uma bolsa-auxílio a 11 milhões de famílias.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, há cerca de 80 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza no Brasil (43% da população). Já a linha de pobreza extrema (miséria) no Brasil é de menos de R$ 70 mensais per capita. Em maio deste ano, o IBGE revelou que 16,2 milhões de brasileiros (8,4% da população) vivem com menos do que esse valor por mês.
O padrão utilizado pelo Brasil se assemelha ao empregado pelo Banco Mundial, de US$ 1,25 por dia, o que totaliza US$ 45 mensais (R$ 77 mensais) per capita.
PLANO
Segundo o "Times", o plano recentemente apresentado por Obama para a recuperação econômica e geração de empregos, no valor de US$ 447 bilhões, foi bem recebido pelo público e grande parte do eleitorado apoia partes principais das medidas, que ainda não foram aprovadas pelo Congresso.
Mesmo assim, o pessimismo nos resultados da pesquisa é dominante já que a maior parte dos americanos considera que a economia já está fadada a uma nova recessão e que a recuperação é muito lenta.
Em seu quinto pronunciamento a uma sessão conjunta do Congresso, reunindo deputados e senadores, Obama apresentou detalhes de seu plano para acelerar a retomada do crescimento da economia americana, que ainda patina após a crise, com a atual taxa de desemprego em 9,1%.
Quando assumiu o poder, em 2008, Obama encontrou um país em recessão no período da crise financeira internacional, e desde então os índices econômicos americanos não tomaram uma rota estável de recuperação. A recessão de 2007 a 2009 durou 18 meses, a mais longa desde a Grande Depressão.
A recuperação econômica é crucial para Obama, que disputa a reeleição em 2012, e analistas relembram que desde Franklin Roosevelt, nenhum presidente americano conseguiu se reeleger com uma taxa de desemprego acima de 7,2%.
Obama, cujo sucesso eleitoral depende de sua habilidade de reduzir a taxa de desemprego, propôs estender o seguro-desemprego a um custo de US$ 49 bilhões, modernizar escolas com gasto de US$ 30 bilhões e investir mais US$ 50 bilhões em infraestutura de transporte.
Em FOLHA DE SÃO PAULO
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