Blog do curso de Relações Internacionais 2011 da Universidade Federal da Paraíba

sábado, 17 de setembro de 2011

Maioria reprova política econômica de Obama, diz pesquisa

Na mais recente pesquisa de opinião conduzida pelo jornal "New York Times" e pela emissora de TV CBS, mais da metade dos americanos disse rejeitar a maneira com Barack Obama conduz a economia, e 72% acreditam que o país caminha na direção errada, embora 43% ainda considerem que, em geral, o presidente dos EUA desempenha um bom trabalho em Washington.

Os dados revelam que Obama vem perdendo cada vez mais apoio entre sua base democrata e que seus esforços recentes não foram suficientes para atrair a aprovação dos eleitores independentes, que não se declaram abertamente democratas ou republicanos.

Plano de geração de empregos foi bem recebido, mas pessimismo sobre a economia domina opinião pública
O estudo também questionou sobre o desempenho do Congresso, que também é visto de forma pessimista pela população.

Para 80% dos americanos os parlamentares não desempenham bem seu trabalho, e somente 12% aprovam as medidas dos congressistas.
Quanto à avaliação do presidente em geral, 43% aprovam e 50% desaprovam, e quanto à sua política econômica, 57% desaprovam e 34% aprovam.
Já numa avaliação geral, quanto ao rumo do país, 72% consideram que os EUA vão na direção errada e apenas 23% dizem ver a nação num caminho positivo, no pior resultado deste tipo de análise desde a posse de Obama.

POBREZA
Os resultados do estudo chegam três dias após o governo ter divulgado um aumento recorde do número de americanos vivendo abaixo da linha de pobreza. A taxa alcançou a cifra recorde de 46,2 milhões em 2010, num momento em que a economia dos Estados Unidos tentava sair da recessão.
O montante é equivalente à população da Espanha, que tem aproximadamente 46 milhões de habitantes.

Embora os dados sejam impactantes --sobretudo para a maior potência do planeta e especialmente num momento pré-eleitoral e de recuperação ainda muito lenta da crise-- se comparada à realidade brasileira a taxa que define quem é pobre nos EUA é muito generosa.

Segundo o governo americano, em 2010 uma família foi considerada pobre quando os rendimentos da residência totalizavam menos do que US$ 22.113 anuais (R$ 37.952 anuais). Dividindo o valor por 13 (considerando os doze salários mensais mais um décimo terceiro, nos padrões empregatícios do Brasil), os rendimentos mensais da família americana (com quatro pessoas) pobre ficam em US$ 1.701 (R$ 2.920), o equivalente a cerca de R$ 770 mensais per capita.

Para se ter uma ideia, a linha de pobreza utilizada pelo governo brasileiro é de cerca de R$ 140 mensais per capita. Dados do IBGE divulgados em maio revelam que, em 2010, uma em cada sete famílias brasileiras vivia com renda abaixo de R$ 130, equivalente a 25% do salário mínimo da época (R$ 510).

O Bolsa Família entende como pobres no Brasil quem tem renda per capita menor que R$ 140. Em 2010, o programa oferecia uma bolsa-auxílio a 11 milhões de famílias.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, há cerca de 80 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza no Brasil (43% da população). Já a linha de pobreza extrema (miséria) no Brasil é de menos de R$ 70 mensais per capita. Em maio deste ano, o IBGE revelou que 16,2 milhões de brasileiros (8,4% da população) vivem com menos do que esse valor por mês.

O padrão utilizado pelo Brasil se assemelha ao empregado pelo Banco Mundial, de US$ 1,25 por dia, o que totaliza US$ 45 mensais (R$ 77 mensais) per capita.

PLANO


Segundo o "Times", o plano recentemente apresentado por Obama para a recuperação econômica e geração de empregos, no valor de US$ 447 bilhões, foi bem recebido pelo público e grande parte do eleitorado apoia partes principais das medidas, que ainda não foram aprovadas pelo Congresso.

Mesmo assim, o pessimismo nos resultados da pesquisa é dominante já que a maior parte dos americanos considera que a economia já está fadada a uma nova recessão e que a recuperação é muito lenta.

Em seu quinto pronunciamento a uma sessão conjunta do Congresso, reunindo deputados e senadores, Obama apresentou detalhes de seu plano para acelerar a retomada do crescimento da economia americana, que ainda patina após a crise, com a atual taxa de desemprego em 9,1%.

Quando assumiu o poder, em 2008, Obama encontrou um país em recessão no período da crise financeira internacional, e desde então os índices econômicos americanos não tomaram uma rota estável de recuperação. A recessão de 2007 a 2009 durou 18 meses, a mais longa desde a Grande Depressão.

A recuperação econômica é crucial para Obama, que disputa a reeleição em 2012, e analistas relembram que desde Franklin Roosevelt, nenhum presidente americano conseguiu se reeleger com uma taxa de desemprego acima de 7,2%.

Obama, cujo sucesso eleitoral depende de sua habilidade de reduzir a taxa de desemprego, propôs estender o seguro-desemprego a um custo de US$ 49 bilhões, modernizar escolas com gasto de US$ 30 bilhões e investir mais US$ 50 bilhões em infraestutura de transporte.

Em FOLHA DE SÃO PAULO

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