Blog do curso de Relações Internacionais 2011 da Universidade Federal da Paraíba

sábado, 11 de junho de 2011

Bélgica completa um ano sem formar governo após eleições

AFP
A Bélgica completará nesta segunda-feira (13) um ano sem conseguir formar governo após as eleições de 13 de junho de 2010, em que dois partidos antagônicos – os soberanistas da Nova Aliança Flamenga (N-VA) e os socialistas francófonos do Partido Socialista (PS) – ganharam nas regiões norte (Flandres) e sul (Valônia) do país, respectivamente.
Nenhuma das duas formações conseguiu maioria suficiente para governar sozinha: o N-VA obteve 27 cadeiras e o PS, 26 das 150 da Câmara de Representantes. Por isso, ambos são obrigados a pactuar a formação do novo Executivo.
A N-VA é partidária da cisão de Flandres e se nega a falar sobre governo antes de reformar o Estado. Isso daria uma maior competência às regiões, assunto ao qual são reticentes tanto o PS quanto a maioria dos partidos francófonos.
A Bélgica, onde sempre governaram coalizões, está acostumada ao bloqueio no cenário político, mas nunca havia sido regida durante tanto tempo por um Executivo interino com competências reduzidas, situação que representa uma ameaça à estabilidade e à economia do país.
Diante de uma situação que representa um autêntico recorde mundial e gerou protestos populares por todo o país, as principais formações políticas belgas estão de acordo em três coisas: a solução à crise existe, embora não seja fácil; por enquanto a Bélgica não corre risco real de ficar dividida; e convocar novamente eleições antecipadas não resolveria nada.
A chave está em encontrar uma saída em que todos percam e ganhem o suficiente para aceitá-la. No meio da troca de acusações, o líder dos socialistas francófonos, Elio di Rupo, que poderia se transformar no próximo primeiro-ministro da Bélgica, trabalha em silêncio sobre uma proposta de compromisso que tire o país da crise, cuja apresentação está prevista para o fim do mês.

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